26 março, 2017

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (LVIII)

Sim, é muito assunto, e alguns já são fósseis, de tão velhos, mas sempre é bom falar deles. Portanto, vamos em frente.
A começar por uma constatação óbvia e ululante (que já destacamos em vários textos desta séria série): a falta do que fazer de certas pessoas é um caso sério...
Não tenho espaço nem tempo para descrever a Walt Disney Company e seus múltiplos interesses – quem quiser saber, tem uma página da Wikipedia sobre issoPara o que nos interessa, basta saber que o grupo Disney possui uma divisão voltada para a mídia (rádio, televisão etc.), a Disney Media Networks, que controla a ABC – uma das maiores redes de TV aberta dos EUA – e suas divisões – a ABC Entertainment, produtora de séries para a TV; seu estúdio, o ABC Studios que também produz filmes para a televisão; o ABC News, voltado para jornalismo (dããã...); o Freeform (antes chamado ABC Family), voltado para os adolescentes e a família; os canais ESPN, de esportes; o Disney Channel Worldwide, que oferece programas para o público infanto-juvenil e está em mais de 166 países em 34 línguas; e outros canais operados pelo Disney Channels, como o Disney Junior e Disney XD. É este último que nos interessa.
O canal Disney XD tem uma série de animação chamada Star vs. the Forces of Evil (Star vs. as Forças do Mal), criada por Daron Nefcy – a segunda mulher à frente de um programa da Disney.
No último dia 23 de fevereiro, o Disney XD exibiu um episódio de Star vs. as Forças do Mal, intitulado Just Friends (Apenas Amigos, numa tradução literal). E neste episódio, apareceu uma cena em que vários casais se beijavam durante um show. Entre eles, um casal de rapazes. 



Um breve parêntesis. A Disney é uma das empresas mais simpáticas aos LGBT. Funcionários da Disney casados com pessoas do mesmo sexo podem incluir seus parceiros nos planos de saúde da empresa desde 1995. E também faz tempo que essa simpatia faz parte das produções de mídia da empresa (filmes e programas de televisão), com mensagens implícitas de tolerância, para fortalecer a relação com movimentos que pedem visibilidade e o fim dos estereótipos de pessoas LGBTs na mídia, além de propagar empatia e tolerância pela comunidade LGBT.
Lembram de Frozen? Uma das duas princesas do filme, Elsa, mandou aquele final feliz previsível dos contos de fada (o casamento com um príncipe) às favas, preferindo ser uma mulher independente, poderosa e que não precisa de homem nenhum para governar o seu reino, Arendelle. Claro que gato nasce em forno não é biscoito (isto é, uma coisa nada tem a ver com a outra),
mas isso fez com que muita gente suspeitasse que a princesa Elsa fosse lésbica. 
Entre elas, uma jovem mexicana, chamada Alexis Isabel Moncada, ativista feminista e (last but not least) bissexual, que, na época do lançamento, iniciou uma campanha maciça via mensagens no Twitter, com a hashtag #GiveElsaAGirlfriend (em português claro: "DêAElsaUmaNamorada")Há grandes chances que, em Frozen 2, a Disney atenda favoravelmente a esta campanha, mas não está nada certo.
Outro exemplo. Lembram do Freeform, ex-ABC Family, citado agora há pouco? Pois é. Uma de suas atrações é a série The Fosters (2011, ainda no ar), que narra a vida do casal Adams-Foster e seus filhos biológicos e adotados. "Grande coisa, que que isso tem a ver com os LGBT?", perguntará você. Acho que, ao fazer tal pergunta, você já intuiu a resposta – o casal Adams-Foster é um casal LGBT: a policial Stef (Teri Polo, de Man Up) é casada com a professora Lena (Sherri Saum, de Rescue Me), vice-diretora de uma escola, e juntas cuidam de uma grande família, formada por uma pá de filhos. 
Findo o parêntesis, voltemos à vaca fria.
Diante destes exemplos, um selinho entre dois namorados em um desenho animado não espanta tanto.
Isso significa que, pouco a pouco – e apesar dos pesares – a temática de igualdade e de aceitação dos LGBTs se torna cada vez mais presente na mídia e aceita pelas famílias... além de fazer um bem enorme às finanças do grupo Disney, é claro.
Porém (e como diria o dramaturgo Plínio Marcos, sempre há um porém) nunca nos esqueçamos do "apesar dos pesares". Enquanto o público do Disney XD assiste Star vs. as Forças do Mal, e assistiu ao episódio Just Friends sem sequer levantar sobrolhos, sempre aparece alguém criar caso por causa deste episódio. Apesar de uma grande aceitação de boa parte das famílias, há os que não se conformam com isso: os chamados "defensores das famílias". E a Disney tem de lidar com eles – tanto lá nos EUA quanto aqui em Terra Papagalli.
"Como assim, aqui em Terra Papagalli?", pergunta você. Vai saber já, já.
Mas antes, uma pausa no texto para um breve concurso literário.
Ganha um exemplar da nova edição do Febeapá, de Stanislaw Ponte Preta (Rio de Janeiro, Agir, 2008) – juntando os volumes 1, 2 e 3 – o leitor que adivinhar qual "defensor da família" de Terra Papagalli perdeu seu precioso tempo para se escandalizar com Star vs. as Forças do Mal e o episódio Just Friends.
10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1...
Tempo esgotado. Vamos à resposta.
Sim, ele mesmo, o mais novo merecedor do Diploma da Ordem do Febeapá: Silas Mala-Sem-Alça-Faia.

Diploma da Ordem do Febeapá, merecidamente concedido a Silas Mala-sem-Alça-Faia...

Por preguiça, reproduzo matéria do Diário de Pernambuco sobre isso). Os grifos são meus (e não vale rir):

O pastor Silas Malafaia propôs no Twitter um boicote à Disney, motivado pelo primeiro beijo gay exibido em uma animação, o desenho Star vs. As forças do mal, do Disney Channel. Na cena, vários casais se beijavam durante um show - entre eles gays, héteros e idosos. "A safadeza da Disney em querer erotizar e ensinar homossexualismo a crianças chegou em seus desenhos. Vamos dizer não para esses devassos", escreveu ele no primeiro de uma série de publicações sobre o assunto.
"A Disney fez a escolha de ensinar homossexualismo para as crianças. A declaração universal de direitos humanos diz que esse ensino é dos pais", continuou, usando o termo errado e pejorativo [
homossexualismo] para designar a homossexualidade. "Vamos fazer uma grande campanha para os pais não comprarem nenhum produto da Disney. Essa é a resposta para esses que querem destruir a família. Não existe coisa mais covarde e asquerosa do que atingir crianças indefesas". 
Na tarde desta quinta-feira (2), o pastor publicou um vídeo na rede social, no qual diz que a Disney "resolveu comprar a agenda gay", novamente chamando o estúdio infantil de "asqueroso, nojento e covarde". "Peço que todos os pais deixem de comprar produtos da Disney. Tem que doer no bolso dessa cambada".


Isso mesmo. Com a experiência de outra tentativa de puxar outro boicote a uma empresa que "fez apologia ao homossexualismo" (SIC – e não vale rir, de novo: ensinar "homossexualismo" a crianças é o mesmo que ensinar um menino a ter calvície quando for adulto...) – contra a empresa O Boticário, em 2015, por causa daquele anúncio para a TV de sua campanha do Dia dos Namorados – e com tanta coisa para fazer na vida – inclusive se defender de seu indiciamento pela Polícia Federal, na Operação Timóteo, por lavagem de dinheiro – Silas Mala-Sem-Alça-Faia prefere atacar mais uma vez com uma campanha de boicote fadada ao ridículo e ao fracasso.
(E antes de continuar, Silas Mala-Sem-Alça-Faia: "homossexualismo" é o cacete! É homossexualidade.)
E, por increça que parível, Silas Mala-Sem-Alça-Faia não está sozinho entre os "defensores das famílias". Você acredita que um deputado do PSC (sim, o partido de Marco Feliciânus – só podia ser...), para corroborar a teoria malafaiana de que "a Disney faz apologia ao homossexualismo" (mais uma vez: "homossexualismo" é o c*r*lh*!!!!), resolveu pesquisar... a vida sexual do Mickey Mouse? Pois é... (Mais uma vez, os grifos são meus, e desta vez, se quiser rir, fique à vontade...)


"Em relação a essa situação do Mickey e da Disney, a gente vê que em todas as suas atuações, eles fazem apologia ao homossexualismo. Inclusive o Mickey, se você fizer um estudo profundo como eu já fiz, ele é homossexual. As pessoas estão enganadas com essa mensagem subliminar que a Disney está passando para a sociedade, principalmente às nossas crianças"
(...)
O jornalista então perguntou como o Mickey poderia ser homossexual se namora com a Minnie. "Isso é o que eles fazem para enganar a pessoa. O objetivo é destruir famílias", disse. E continuou: "O próprio nome dele em relação aos exemplos que fazem, as cores, assim por diante, você vê uma mensagem subliminar que ele está fazendo uma apologia e apoiando a questão gay."

Isso mesmo. Um ilustre depufede (neologismo reduzido de deputado federal – © Stanislaw Ponte Preta) gasta seu salário mensal de R$ 33.763,00 (R$ 438.919,00 por ano), mais sua ajuda de custo mensal de R$ 1.406,79 (R$ 16.881,50 por ano) e mobiliza os funcionários de seu gabinete, que custam cerca de R$ 92.000 (R$ 1.104.000,00 por ano), entre outros gastos (de acordo com a tabela abaixo, extraída do site Congresso em Foco – saídos do meu, do seu, do nosso dinheiro pago em impostos... para "fazer um estudo profundo" sobre a sexualidade do Mickey Mouse... e decretar que ele e o Rei Leão... são gays...

Benefício
Média mensal
Por ano
Salário
R$ 33.763,00
R$ 438.919,00
Ajuda de custo (1)
R$ 1.406,79
R$ 16.881,50
Cotão (2)
R$ 39.884,31
R$ 478.611,67
Auxílio-moradia (3)
R$ 1.608,34
R$ 19.300,16
Verba de gabinete para até 25 funcionários
R$ 92.000
R$ 1.104.000,00
Total de um deputado
R$ 168.662,44
R$ 2.023.949,28

É mole? Como diria José Simão, é mole, mas sobe!
Mas voltemos a Silas Mala-Sem-Alça-Faia.

Como a lembrança daquele seu "bem sucedido" boicote ao Boticário, a reação da geral à raiva histérica do pastor – como o HuffPostBrasil e a Forum não me deixam mentir – foi a mesma: levaram o ilustre pastor para o perigosíssimo terreno da galhofa...



Disney antes da grande campanha de boicote do Malafaia / Disney depois da grande campanha de boicote do Malafaia


Imagens exclusivas do Silas Malafaia tentando atingir a Disney


silas malafaia tentando atingir a disney é tipo eu tentando ir na disney... n vai acontecer

walt disney respira com ajuda de aparelhos depois de inúmeras afrontas de silas malafaia

"Ações da Disney despencam e novo Star Wars é cancelado após boicote proposto por pastor Silas Malafaia"


Avisem ao Malafaia que a Disney ja tem um Pateta...


O Malafaia querendo atingir a Disney é tipo, sei lá, a Mara Maravilha falando que vai acabar com a Madonna.

O Silas Malafaia rodando a baiana pipipi a disney quer ensinar imoralidade pras crianças mas a Cinderela lavava o chão e não dinheiro


E neste king kong em escala mundial de Silas Mala-Sem-Alça-Faia, ainda houve duas cerejinhas no bolo. A primeira foi uma discussão do humilde, sereno e tolerante pastor (só que não...) com Vera Holtz, via Twitter.

“Safadeza não é um beijo gay, pastor. Safadeza é fazer lavagem de dinheiro e conseguir bens materiais usando a fé das pessoas. Boa noite!”

“VERA HOLTZ, deixa de ser ignorante. A Constituição, o ECA, a Declaração Universal dos Direitos Humanos condenam erotizar crianças. ESTÚPIDA!”

“VERA HOLTZ, não tive a intenção de atingir sua preferência sexual. Não adianta me caluniar, fale com Jesus, ele transforma você. Deus te abençoe”, continuou Malafaia.

“Se essa transformação for para tornar-se um ser humano como você, eu estou dispensando. Cansei de chutar cachorro morto, beijinhos”.

Já foi muito chata a "educação" de Silas Mala-Sem-Alça-Faia contra uma educadíssima, mas firme Vera Holtz.
Até que o mico se tornou maior quando perceberam que a Vera Holtz contra quem Silas Mala-Sem-Alça-Faia destilava ofensas era... uma Vera Holtz fake. Vera Holtz não tem conta própria no twitter, e o próprio nome da página já explicava tudo, menos para Silas Mala-Sem-Alça-Faia: Vera Holtz Irreal. Era um perfil falso e humorístico, criado por humoristas fãs de Vera Holtz – que era do conhecimento da atriz, claro.
A segunda cereja foi colocada pelo youtuber Felipe Neto. No dia 4 de março, fez um vídeo criticando a nova proposta de boicote de Silas Mala-Sem-Alça-Faia. Um dos questionamentos de Felipe foi claro: Você acha que o jeito certo de educar seu filho sobre a homossexualidade é fingindo que ela não existe? Não tem absolutamente nada de errado no desenho da Disney. Mas a resposta de Felipe Neto não foi apenas este óbvio ululante. Felipe se ofereceu para fazer publicidade gratuita em seu canal no YouTube para qualquer empresa que sofrer campanha de boicote de Silas Mala-Sem-Alça-Faia: Empresas de todo Brasil, quer ganhar publicidade gratuita no meu canal? Irrite Silas Malafaia.
Duvida? Olha o vídeo do Felipe Neto que não me deixa mentir.


Daí, ficam perguntas que repito neste momento solene. POR QUE SILAS MALA-SEM-ALÇA-FAIA INSISTE EM CAMPANHAS DE BOICOTE CONTRA EMPRESAS QUE "FAZEM APOLOGIA AO HOMOSSEXUALISMO" (e repetindo pela última vez: "homossexualismo" é a PQP!!!!!) QUE NÃO DÃO CERTO, já que a experiência fracassada da tentativa de puxar boicote ao Boticário fracassou miseravelmente (já que as vendas da empresa de produtos de beleza naquela época REALMENTE subiram cerca de 10 a 20 por cento, salvo engano)? E, efetivamente, qual o poder e influência de Silas Mala-Sem-Alça-Faia para boicotes deste tipo?
Bem. Conhecem a famigerada Síndrome do Holofote, também chamada de Síndrome da Melancia no Pescoço)? Não? Tudo bem, eu explico.
A Síndrome caracteriza-se pelo desejo de ser famoso. Ou, pelo menos, de aparecer, ser alvo dos holofotes sem necessariamente possuir algum mérito que possa distingui-lo(a) dos demais – tipo assim, um grande talento, por exemplo. Isso é secundário. quem sofre da síndrome da melancia no pescoço adora mostrar o que sabe e o que pensa que sabe. (Claro que, no caso de Silas Mala-Sem-Alça-Faia, ajuda dizer também que é diplomado em psicologia. Ajuda, mas não muito, quando se esconde atrás deste diploma para destilar preconceitos sobre a forma de teorias que nem a psicologia atual reconhece mais – tipo, a homossexualidade como "doença", por exemplo.) Daí, passam a desenvolver comportamentos por vezes estranhos, por vezes patéticos, para atingir o seu objetivo – tipo assim, puxar boicotes contra esta ou aquela entidade.
Mais do que fazê-lo ajudar a aparecer, a síndrome o ajuda se autoconvencer de sua imagem – mesmo que ela não seja tão importante quanto o foi antes.
E na nossa modesta opinião, o ponto de virada (para baixo) desta suposta influência que Silas Mala-Sem-Alça-Faia achava que tinha (metendo medo até em muitos políticos, por causa do voto) foi a reação imediata do jornalista Ricardo Boechat a uma de suas diatribes, (no caso da menina Kailane, umbandista apedrejada por babacas que se diziam evangélicos), mandando-o "procurar uma rola", que já comentamos aqui nesta séria série. Olha a gravação aí, só para relembrar:


A partir daí, a geral percebeu que Silas Mala-Sem-Alça-Faia não era nenhum bicho-papão, mas um espantalho ineficiente, que não espanta mais ninguém. E tudo o que vem dele é encarado pelas pessoas (inclusive os evangélicos) como ampla, geral e irrestritamente ridículo.
"Ah, mas ele apoiou um candidato a prefeito do Rio de Janeiro no segundo turno e esse candidato venceu!", dirá você. Sim, Silas Mala-Sem-Alça-Faia apoiou o atual prefeito do Rio no segundo turno – assim como outras tantas lideranças fundamentalistas evangelicuzinhas. Mas, vamos e venhamos: entre Marcelo Freixo, do PSOL – um candidato "esquerdopata" (de acordo com o linguajar ofensivo de Silas Mala-Sem-Alça-Faia)– e Marcelo Crivela, do PRB, "bispo" licenciado da Igreja Universal – um candidato ligado a uma igreja evangelicuzinha (mesmo que seja desta mesma Igreja Universal, com que ele vive às turras desde que ela comprou 22 horas diárias de programação na rede de televisão CNT, deixando as outras igrejas evangelicuzinhas, como a Igreja Mundial, de Valdomiro Santiago – que foi o verdadeiro alvo – e a Vitória em Cristo, de Silas Mala-Sem-Alça-Faia, de fora) – quem você acha que Silas Mala-Sem-Alça-Faia apoiaria? E, mesmo assim, desde quando você acha que foi a "influência dele" que contou?
Claro que aquele probleminha com a Polícia Federal, que citamos há pouco, também influiu nesta proposta de boicote – como distração do respeitável público.
Fica a pergunta: vai adiantar tudo isso? De acordo com Tony Goes, da Folha de S. Paulo, não.

Nas redes sociais, a reação à diatribe do pastor também está sendo largamente negativa. A maioria dos internautas entende que os gritos esganiçados de Malafaia contra a Disney não passam de uma tentativa desesperada de criar uma cortina de fumaça, no momento em que ele é indicado pela Polícia Federal sob suspeita de lavagem de dinheiro.
Não é a primeira vez que Silas Malafaia convoca um boicote malsucedido. Em 2015, o pastor se levantou contra a campanha de O Boticário para o Dia dos Namorados, que mostrava casais gays se abraçando. As vendas da perfumaria para a data foram maiores que de costume, e até lideranças evangélicas criticaram o gesto do colega.
Malafaia gosta de projetar um poder que não tem. Ele talvez seja o pastor mais famoso do Brasil – o mais barulhento, de fato é – mas nem de longe comanda a maior congregação. E agora vê seu império, que já vinha minguando, ser ameaçado de extinção.
Assolado por dívidas e perigando ir para a cadeia, Malafaia escolheu seu saco de pancadas habitual para distrair a atenção de seu rebanho: os gays. Talvez tenha escolhido errado, pois a presença LGBT na mídia é cada vez mais frequente e elogiada.

É cedo para saber, mas a Disney provavelmente não sofrerá um único arranhão com esse boicote. Ao contrário: ganhou propaganda grátis. Já o pastor só deu mostras de que seu repertório está se esgotando.

Claro, o mundo sempre gira, a Lusitana sempre roda, e muita água sempre passa por baixo da ponte. Mas mesmo essa água não volta por onde foi. E esta água que levou Silas Mala-Sem-Alça-Faia até onde ele está não volta mesmo.
Só ficam os registros para quem quiser continuar o trabalho de Stanislaw Ponte Preta e escrever um Febeapá 5.0, versão revista e ampliada...

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Aliás, lembram do ator de TV Caio Castro, que interpreta D. Pedro I na nova novela das 18 horas da Rede Globo, Novo Mundo? Pois é. Ele, que já foi esculhambado por ser o único ator de televisão que não gostava nem de teatro nem de literaturaacaba de se regenerar diante de muita gente por causa de sua reação à homofobia de um suposto fã homofobicuzinho. A história vai abaixo, transcrita do Yahoo!

Caio Castro não deixou barato um comentário homofóbico postado por um internauta em seu Instagram. O ator publicou uma foto em que aparece com um grupo de amigos e usou a legenda “migos (sic)” para descrever seus colegas. Para debochar de Caio, o seguidor disse que tal legenda era “gay”.
“Migos? Que coisa mais gay (sic)”, escreveu o internauta.
Pouco tempo depois Caio Castro respondeu ao comentário, esculachando o moço por ter sido homofóbico. “Seu preconceituoso! Esse é o problema do ser humano, achar que a opção sexual diferente da sua é uma anomalia! Sou hétero, mas e se fosse homo? Você iria se sentir melhor que eu? Ignorante!”, escreveu o ator.
Os seguidores de Caio Castro vibraram com a resposta do ator e o elogiaram pela postura. “Homofobia é crime. Não precisa ser gay pra lutar contra a homofobia”, escreveu uma seguidora. “Se alguém aparece mostrando preconceito, temos de ter pena pela falta de caráter, falta de valores, falta de humanidade e de animalidade também, pois nem os animais são tão imbecis (sic)”, comentou outro.

Parabéns, Caio. Acabamos de descobrir que você é um cara legal. Ainda há esperança para você.

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Para completar o Febeapá 5.0:
Há uma fanpage no Facebook intitulada Maconha Torna VOCÊ Violento (https://www.facebook.com/MTVVOFICIAL/?hc_ref=NEWSFEED)

Não acredite em tudo o que você escuta sobre maconha, que seus usuários são pacíficos e adoram a paz! Temos casos comprovados de barbáries cometidas por usuários que injetam a droga. Nossa organização existe para combater a propagação da ignorância sobre cannabis. Nosso objetivo é espalhar a verdade e educar o mundo sobre os perigos reais associados ao consumo de maconha. Todos nossos posts são validados cientificamente, fatos, estatísticas e dados que servem como prova invariável da natureza destrutiva desta erva daninha. 
Somos uma organização secular e apolítica, sem vinculo religioso e sem ligações com qualquer partido político. Somos uma entidade independente, focada em uma coisa, e apenas uma coisa : O FIM DA MACONHA!

Sem vínculo religioso? Sem vinculações políticas? Seus posts são validados cientificamente.
Então me expliquem, cavalheiros, qual o fundamento científico desta campanha abaixo?
(Os grifos são meus e, mais uma vez, ria se quiser...)



É de conhecimento de qualquer pessoa inteligente e sensata que o espírito do Satanás se materializa na fumaça da maconha. Quando esta fumaça é tragada por uma mulher o diabo se aloja dentro de seu corpo e substitui seu ventre, a fim de que quando a usuária praticar atos sexuais ela dê à luz a novos demônios que disseminarão o caos no Planeta Terra. 
Obs.: Um efeito colateral para o homem é que ele se torna gay imediatamente após fecundar uma maconheira, já que o diabo faz sexo oral no pênis que viola a vagina da meliante.

Sem vínculo religioso? Sem vinculações políticas? Seus posts são validados cientificamente (com este tipo de "ciência" de botequim pé-sujo)? Aqui, ó.
Dito isso, prezados senhores da página Maconha Torna Você Violento, os senhores precisam ser informados do seguinte: é de conhecimento de qualquer pessoa inteligente e sensata que qualquer campanha contra isso, aquilo ou aquilo outro – como esta – na base do achismo, de preconceitos e de fanatismos pseudoreligiosos, sem argumentos científicos verdadeiros embasando sua tese (e sendo desmentido por descobertas científicas séria em torno da Cannabis sativa – como o canabidiol, usado (com todos os cuidados médicosdo mundo) para tratar certas doenças – acaba sendo contraproducente diante de pessoas com o número certo de cromossomos e de neurônios no cérebro: elas vão simplesmente rir da cara de quem tenta apresentar tais "fatos" (assim mesmo, entre aspas, sr. revisor, obrigado) e achar seus disseminadores um bando de babacas.
Obrigado de nada.
Obs.: um efeito colateral para os LGBTs sem senso de humor é levá-los a constituir advogados para processar os mentores de tal campanha por calúnia e difamação. Pensem nisso: já não bastam os evangelicuzinhos tentarem associar a homossexualidade entre adultos com a pedofilia (pai dos burros: relações sexuais entre um adulto e uma criança ou pré-adolescente)? Agora querem acusá-los de maconheiros e viciados em drogas? Façam-me o favor!...
E, mais uma vez, obrigado de nada.

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Ou seja: todos estes fatos aqui comentados mostram que aquela formiga saúva (musa inspiradora do Febeapá original) tinha toda a razão: ou o Brasil acaba com a besteira, ou a besteira acaba com o Brasil...

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E agora – devidamente inspirados no Oscar 2017 e na presença de um musical entre os favoritos, La La Land (aliás, quem foi o jenio dos títulos em português da distribuidora que resolveu sapecar um "Cantando estações" ao título original?), apresentamos a nossa indicação de filme para esta séria série: Liberty's Secret (EUA, 2016), de Andy Kirshner e Debbie Williams.A historinha:
Era uma vez uma jovem, Liberty Smith (Jaclene Wilk), que...
"Pô, peraí, tiôôôô... Quem foi o mané que batizou uma menina de liberdade? Que nomezinho escroto, meu!"
(Ai, meu saco...)
Simples, sobrinho: desde o momento em que perceberam que a palavra liberdade é feminina (e se cê já ouviu alguém falar "o liberdade", pode apartar que é briga deste beócio com a escola...), e por isso – mais especificamente, desde que um pintor francês chamado Eugène Delacroix (1798 - 1863) a representou como uma mulher em sua mais famosa tela, A liberdade guia o povo (1830) – muitas famílias em todo o mundo batizaram algumas de suas filhas meninas com o nome desta poderosa mulher chamada Liberdade. Inclusive acá en nuestra America Latina: pergunte à sua bisavó e ela lhe explicará sobre uma atriz e cantora de grande sucesso chamada Libertad Lamarque (Rosário, Argentina, 1908 - Cidade do México, México, 2000) – primeiro, em sua terra natal, a Argentina, até cair na besteira de ter desavenças com uma colega de teatro chamada Eva Duarte; nada de mais, até o momento em que essa Eva Duarte ganhou o papel de sua vida: o de Eva Perón, madre de los pobres de la Argentina... e esposa do presidente Juan Domingo Perón (na verdade, o verdadeiro poder por trás dele), que levou Libertad a ir para o México, onde continuou sua carreira.
(Será que é por isso que figurinhas meio que narnianas, como Adolf Hitler – Adolfinha, para os íntimos... – e Jair Besteiraro defendem sistemas autoritários, com um tom supostamente másculo, masculino?)
Como disse o codiretor (e autor das canções) de Liberty's Secret, Andy Kirshner: O dia 4 de novembro [data de lançamento do filme] será apenas alguns dias antes da mais louca eleição norte-americana de nossa história, e a maioria de nós vai se sentir muito ansiosa. Então, por que não convidar alguns amigos para a sua casa, fazer uma pipoca no microondas e escapar da realidade por 98 minutos com música, dança, romance e sátira política?
Dito isso, voltemos à vaca fria.
Liberty Smith é filha de um pastor proeminente de "valores familiares" (Chris Lutkin). Ela é doce, americana como a torta de maçã, canta como um anjo... enfim, é a exatamente o que a campanha presidencial de um candidato conservador, Kenny Weston (John Lepard) precisa para energizar sua base conservadora e reunir os fiéis.
E lá se vai Liberty, novata nos meandros da política, cantar na campanha de Weston, sob a orientação de uma assessora de imprensa, Nikki Levine (Cara AnnMarie).
Como sói acontecer, Liberty e Nikki – que é lésbica – se apaixonam. E como também sói acontecer (no meio da hipocrisia moral de todas as eleições norte-americanas), deu-se a melódia: a coisa vai parar na mídia. E agora? Qual será a decisão de Liberty (que toda a América está assistindo!): a vida que ela conhece, ou o amor que ela sempre sonhou?
Bem, que tal esperar (torcer, rezar – já que Liberty é filha de um pastor...) que o filme chegue aos nossos cinemas pra saber no que isso vai dar? Por enquanto, você fica com os trailers do filme.