24 junho, 2012

DA SÉRIA SÉRIE "FILMES QUE JAIR BESTEIRARO ET CATERVA A-DO-RA-RI-AM..." (XXXVIII))

Recentemente, amigos me aconselharam a encerrar esta séria série. Motivo: não adianta nada, pois você só estará fazendo propaganda (do tipo "falem mal mas fale de mim") deste bando de fiscais de fiofó.
Sim, eu sei que, quanto mais eu falo (e critico) os fiscais de fiofó, melhor para eles. Mas há de convir, amigo leitor, é uma propaganda negativa destes aprendizes de aiatolá. O caso não é "falar mal, mas falar deles": é falar DELES, mas falar MAL e METENDO O PAU. E, tal como o ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", chegará a hora em que todas as pessoas de bem (e por pessoas de bem entendam-se: todas as pessoas de índole democrática, que vivem sem precisar criar inimigos para poder viver) vão sair do silêncio e da imobilidade e se mover para empurrar tais figurinhas autoritárias para o lugar merecido: a lata do lixo.
Além do mais, este escriba não tem sangue de barata. Não consigo ficar quieto enquanto filhotes de cruz-credo, nascidos do casamento putativo entre o nazismo e o fanatismo religioso, como o pastor Silas Mala-Sem-Alça-Faia, falam o que bem quiserem sem que nenhuma pessoa de bem os questione.
Um trecho bem significativo da "inteligente" entrevista do reverendo Silas Mala-Sem-Alça-Faia ao iG:


iG: Mas o senhor não acha que deveria ser feito algo para evitar as discriminações e agressões físicas aos gays?
Silas Malafaia: Não desejo que ninguém morra, ok? Mas os homossexuais dizem que foram assassinados 260 deles no ano passado. Cinquenta mil pessoas foram assassinadas no Brasil no ano passado. O número de homossexuais mortos representa 0,52%. Um dado que eles não falam: grande parte das mortes é resultado de briga de amor entre eles. Que papo é esse? No mínimo, uns 50%. Homofobia é falácia de ativista gay para manter verbas para suas ONGs para fazer propaganda de que o Brasil é um país homofóbico. Homofóbico uma vírgula, amigo.


Briga de amor?

Só se for entre os gays assumidos e os homófobos raivosos que, como a ciência já provou, são majoritariamente pessoas com tendências homossexuais que não conseguem lidar com sua homossexualidade latente nem assumi-la para si mesmos(E esta só será a última vez em que baixo este link se os fiscais de fiofó pararem de insultar nossa inteligência.)
E este fato, ocorrido com uma jovem lésbica e contado no facebook, o que vocês acham? (Só direi o nome dela se ela permitir. Os grifos são meus)


Bom, já que estou afastada do facebook e tudo o que diz respeito a redes sociais, vim me explicar. Isso aqui tem me cansado. Tenho estado com sede de VIDA de verdade.


E venho aqui expressar a minha revolta sobre um fato ocorrido ontem pela manhã.
Vocês já estão mais que acostumados a ler notícias sobre a violência relacionada a homofobia. Porém, normalmente os alvos são os gays homens e mesmo em choque, ninguém faz porra nenhuma.
Então, ontem, eu, minha namorada e mais duas amigas, todas lindas, femininas, educadas e totalmente do bem, porém, lésbicas, assim como eu sofremos violência às 10 horas da manhã no corredor de um prédio comercial. Revidamos, obviamente, mas ele era um homem forte, homofóbico, extremamente drogado, alcoolizado e fora de si, ou seja, sua força parecia redobrada.
Todas estamos bem fisicamente. Fora os socos nos meus olhos e nariz, socos na cabeça de alguns lados das meninas. Nelas ele procurou atingir bem e com força partes da cabeça, em mim foi bem no rosto.
Fisicamente tudo isso passará em alguns dias, mas o trauma não passará até o nosso último dia aqui na Terra.
Estou afastada mesmo de facebook e não estou vindo "dar satisfações", principalmente pra esse povo nojento fofoqueiro. Sei que tenho amigos realmente verdadeiros e que se preocupam comigo. Por mais contaminado que esteja o mundo, na minha vida tem muita gente do bem.
Pra ser sincera? Sei que deve ter uns 5% pensando "Bem feito!". E quer saber? Fodam-se. Isso é coisa de bicho.
Acho que a explicação foi dada.
Em meio de tantas notícias que lemos a respeito disso, mas sobre pessoas que não conhecemos, aqui estou eu, alguém que vocês conhecem, passando exatamente pelo que são apenas notícias para alguns.
Eu fui vítima da violência física homofóbica e vivo num país de merda.
A conclusão é essa. O sujeito saiu correndo, ou seja, não sabemos nada a respeito dele.
E deixo aqui bem claro, como a justiça nesse "paisinho" de merda não funciona, se um dia na minha vida der de cara com ele, farei justiça com as próprias mãos.
Não, não sou capaz de matar, mas sofrer algum trauminha assim como eu e minhas amigas sofremos, ele vai.
Estou reclusa e de saco cheio de facebook. Qualquer coisa vocês (amigos) me liguem.
Preciso de paz e tranquilidade na minha vida, porque é sempre isso o que ofereço as pessoas. Só aceito isso de volta.
Lei contra a violência feminina existe, mas cadê a porraaaaaaaaaaaaa da lei contra a homofobia??
É com os olhos e nariz machucados que digo aqui com muito orgulho que enfiamos a porrada nele, mas no estado que o sujeito estava e pela maneira de bater, era praticante de alguma luta. Por isso conseguiu atingir todas. Bem, com uns roxos e nariz também sangrando assim como eu, também voltou pra casinha dele. Não tenho nem 1,60m e peso 48 kg. Mas experimente mexer comigo e com quem gosto.
O papo foi dado, com a maior humildade do mundo. Quem quiser, reflita.
Bom final de semana!



Isto parece "briga de amor", reverendo Silas Mala-Sem-Alça-Faia?
Ou está mais para intolerância?
ME POUPEM, FISCAIS DE FIOFÓ! 
CHEGA DE INSULTAR A NOSSA INTELIGÊNCIA, SEUS APRENDIZES DE AIATOLÁ!
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E isto aqui, no Ocidente cristão e laico.
Imagine no Oriente Médio muçulmano. Ou na Índia.
Ou nas quase fechadas comunidades hindus e muçulmanas na Europa.
É onde se passa o filme que estou indicando hoje: I Can't think straight (2008), de Shamin Saref, cineasta britânica de origem indiana.
A trama é simples. Tala (Lisa Ray), jordaniana de ascendência palestina, mora e trabalha em Londres, e está prestes a se casar com um noivo jordaniano, Hani (Daud Shah) depois de ter deixado já outros três noivos no dia do casamento. Leyla (Sheetal Sheth) é uma moça tímida, de origem indiana, muito próxima do melhor amigo de Tala, Ali (Rez Kempton). Conhecendo-se num encontro de amigos, Tala e Leyla formam um vínculo lento que cresce a cada minuto que passam juntas.
Eventualmente, as duas revelam os seus verdadeiros sentimentos enquanto passam uns dias em Oxford, e percebem que se apaixonaram. Mas Tala, incapaz de revelar os seus sentimentos à sua família, voa de volta para a Jordânia, pois a data do casamento aproxima-se. De volta a Londres, Leyla, de coração partido, decide ser honesta com ela e conta à sua família que é homossexual.
Percebendo o amor entre Leyla e Tala, a irmã de Leyla, Yasmin (Amber Rose Revah) e Ali tomam como missão reunir as duas, mas Leyla só concebe um relacionamento em que ambas são verdadeiras consigo e com as suas famílias. Depois de descobrir que Tala afinal não se casou, Leyla põe como condição a Tala que conte a verdade sobre si aos pais.
E agora?

Agora, o melhor é insistir com seu distribuidor para que I Can't think straight seja distribuído no Brasil. Que tal mostrar a ele o trailer do filme?

(Detalhe: o trio Shamin Saref, Lisa Ray e Sheetal Sheth já esteve junto em outro filme, The World Unseen, de 2007. Mas deste filme eu falo em outra ocasião.)

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